quarta-feira, 30 de outubro de 2013

1ª) PODE ou PÔDE

1ª) PODE ou PÔDE ou POUDE?
Poude não existe.
Ele PODE (=presente do indicativo);
Ele PÔDE (=pretérito perfeito do indicativo).
PRESENTE DO INDICATIVO       PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO
Eu posso                                          Eu pude
Tu podes                                          Tu pudeste
Ele PODE                                         Ele PÔDE
Nós podemos                                   Nós pudemos
Vós podeis                                        Vós pudestes
Eles podem                                      Eles puderam

Quando utilizar: S, C, Ç, X, CH, SS, SC...

1) C,Ç:
acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, contorção, exceção, endereço, Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, paçoca, pança, pinça, Suíça etc.
2) S:
ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, diversão, excursão, farsa, ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio etc.
3) SS:
acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, concessão, discussão, escassez, escasso, essencial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão, necessário, obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão, ressurreição, sessenta, sossegar, sossego, submissão, sucessivo etc.
4) SC,SÇ
acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, crescer, cresço, cresça, descer, desço, desça, disciplina, discípulo, discernir, fascinar, fascinante, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina, ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, víscera
5) X:
aproximar, auxiliar, auxílio, máximo próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram etc
6) XC:
exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, excepcional, excesso, excessivo, exceto,excitar etc.

Emprego de s com valor de z
1) adjetivos com os sufixos –oso, -osa:
teimoso, teimosa
2) adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa:
português, portuguesa
3) substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa:
burguês, burguesa
4) substantivos com os sufixos gregos –esse, -isa, -ose:
diocese, poetisa, metamorfose
5) verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s:
analisar (de análise)
6) formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados:
pus, pôs, pusemos, puseram, puser, compôs, compusesse, impuser etc
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos etc
7) os seguintes nomes próprios personativos:
Inês, Isabel, Isaura, Luís, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha.

Emprego da letra z
1) os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita etc
2) os derivados de palavras cujo radical termina em –z:
cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar, vazar, vazão (de vazio) etc
3) os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas:
fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização etc
4) substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral:
pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio) etc
5) as seguintes palavras:
azar, azeite, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, vizinho

S ou Z ?
Sufixos –ês e ez
1) O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos concretos:
montês (de monte)   montanhês (de montanha)   cortês (de corte)
2) O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos:
aridez (de árido)   acidez (de ácido)   rapidez (de rápido)
Sufixos –esa e –eza
Escreve-se –esa (com s):
1) nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender:
defesa (defender), presa (prender)...
2) nos substantivos femininos designativos de nobreza:
baronesa, marquesa, princesa
3) nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês:
burguesa (de burguês)...
4) nas seguintes palavras femininas:
framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, turquesa etc

Artigo e crase

O leão Ariel, que ficou conhecido no país devido a luta de seus criadores para que ele voltasse a se movimentar, morreu por volta de 13h30 desta quarta-feira (27).
Na maior parte das vezes, a dificuldade de saber se ocorre ou não a crase deve-se à dúvida quanto ao emprego do artigo.
No fragmento acima, há duas ocorrências de erro quanto ao uso do artigo – a primeira delas leva ao erro de crase. A locução de valor causal “devido a” encontra um termo feminino (“luta”), que deve ser antecedido de um artigo igualmente feminino.
Há quem sugira a substituição do termo feminino por um masculino para visualizar a presença do artigo (“devido ao esforço de seus criadores”, por exemplo), recurso simples que ajuda nos momentos de hesitação.
É bom lembrar que o uso do artigo antes do substantivo é regular no português – a sua ausência é que deve obedecer a algum motivo especial. Nos títulos jornalísticos, por exemplo, é comum a ausência do artigo diante de substantivos que anunciam o assunto da notícia, recurso que chama a atenção do leitor.
Diante das horas, o artigo é necessário, a menos que se esteja tratando de quantidade de horas.  Diz-se, portanto, que algum fato ocorreu às duas horas (com artigo), mas que as pessoas passaram duas horas numa fila (sem artigo).
No fragmento em questão, faltou o artigo antes da indicação de horas.
Veja abaixo a correção:
O leão Ariel, que ficou conhecido no país devido à luta de seus criadores para que ele voltasse a se movimentar, morreu por volta das 13h30 desta quarta-feira (27).

"Ele mesmo" é diferente de "si mesmo"

O título acima pretende chamar a atenção para o fato de o Brasil ter hegemonia no mercado internacional de carnes de frango, tema da reportagem em questão. Em outras palavras, seu único rival é ele mesmo.
Do ponto de vista gramatical, a questão é o uso do pronome pessoal. Vale a pena lembrar que as formas eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas são pronomes pessoais do caso reto, o que quer dizer que devem ocupar as posições de sujeito ou predicativo do sujeito. Depois de preposições, portanto em funções complementares, empregam-se os pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas. As formas “mim” e “ti” sempre vêm depois de preposições (para mim, contra mim, sem mim, de mim, entre mim e ti etc.), a forma “si”, no português do Brasil, é usada apenas com valor reflexivo, ou seja, quando o complemento reflete o sujeito. Nessa situação, é frequente o emprego do de monstrativo reforçativo “mesmo”, o que resulta em construções como “a si mesmo” ou “a si mesmos”, “de si mesmo” ou “de si mesmos” etc.
A esta altura, o leitor atento já percebeu qual é o defeito da construção da frase em epígrafe. O Brasil é rival de si mesmo, não “dele” mesmo. O pronome “ele” precedido da preposição “de” (“dele”) remete, nesse período, ao termo “consultor”: “Consultor diz que, em aves, Brasil é rival dele”. A palavra “mesmo” poderia até ser lida como um advérbio, equivalente a “realmente”, “de fato” (“é mesmo rival dele”).
A construção correta, do ponto de vista da norma culta, é a seguinte:

Consultor diz que, em aves, Brasil é rival de si mesmo

Faço parte dessa história ou faço parte desta história. Qual é a forma certa, do ponto de vista gramatical?

Depende. Se você já tiver explicitado de qual história está falando, você deve usar “dessa”.
Ex: A conquista do prêmio de melhor equipe foi muito importante. Eu faço parte “dessa” história.
Se você ainda não tiver falado sobre a história, deve usar “esta”.
ex: Faço parte desta história: a conquista do prêmio de melhor equipe.